A violência contra as mulheres e meninas é uma realidade no Brasil e no mundo, configurando-se como uma grave violação de direitos humanos, seja nos espaços públicos ou privados, virtual ou não.

No Brasil, aos 16 dias de ativismo lançados internacionalmente com as Nações Unidas, período que se inicia em 25 de novembro, incluiu-se o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, entendendo a complexidade da violência que mulheres negras sofrem tanto por serem mulheres como pelo racismo.

UNA-SE: campanha brasileira celebra ativistas dos direitos das mulheres

Legenda: Material de divulgação da campanha “UNA-SE! O Brasil das Mulheres – o ativismo em direitos humanos pelo fim da violência contra mulheres e meninas”. Foto: © Divulgação

Até o dia 10 de dezembro, as agências que fazem parte da ONU Brasil mobilizarão governos, parlamentos, sistema de justiça, empresas e sociedade civil para debater e construir “o Brasil das mulheres”, um país que seja diverso, justo e seguro, onde todas as mulheres e meninas possam viver suas vidas livres de violência e de discriminação. 

Neste período, a ONU Brasil sugere “iluminar” as redes sociais de laranja, vestir-se de laranja e incentivar outras pessoas a fazer o mesmo como uma forma de propagar os objetivos da campanha.  

REDE OBLATA – Ações de sensibilização com mulheres assistidas e parcerias

Dia da Consciência Negra

“O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares”. O Instituto Odara, parceiro da Unidade Oblata Força Feminina, está com uma programação incrível até o dia 30 de novembro, dentro da agenda coletiva da Rede de Mulheres Negras do Nordeste.

A partir da articulação e convocação dessa Rede , surgiu a 1ª Jornada Pela Vida das Mulheres Negras – Contra a Violência Doméstica e o Feminicídio! O objetivo da jornada é “aliar organizações sociais, políticas, culturais, artísticas, educacionais, comunitárias, e afins, para promover uma agenda coletiva de ações pelo enfrentamento e prevenção à violência doméstica e ao feminicídio.”

Crédito: Divulgação Rede Oblata – Salvador | 43ª Marcha da Consciência Negra

Em Salvador, Força Feminina esteve presente na 43ª Marcha da Consciência Negra, realizada no dia 20 de Novembro.

“A Marcha deste ano homenageou Alaíde do Feijão. Dia de relembrar e reverenciar a trajetória de luta de Zumbi e Dandara dos Palmares e do povo preto neste país. Momento de celebrar nossas conquistas, mas também reafirmar nossa busca incessante por vida digna e feliz!”, comenta Iracema Oliveira, educadora social da Rede Oblata Salvador.

Também aconteceu uma ação cultural no cinema, compondo a programação do Novembro Negro e 21 de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. Mulheres atendidas foram junto com a equipe assistir o filme Mulher Rei, protagonizado por Viola Davis. É uma grande produção, em diversos sentidos, pois traz representatividade, protagonismo feminino, cultura, arte e visibilidade para a dor e a força das mulheres negras.

Equipe Força Feminina – Rede Oblata Salvador | Cinema Center Lapa

Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres

No dia 25 de novembro, a luta contra a violência de gênero marca o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A Rede Oblata se mobiliza para intensificar a sensibilização e atividades que já são desenvolvidas durante o ano com as mulheres assistidas, tais como rodas de conversa, distribuição de materiais socioeducativos, parcerias com organizações da sociedade civil e coletivos.

PASTORAL DA MULHER – Rede Oblata em Juazeiro/Bahia

  • Rodas de Conversa no Cantinho da Beleza
  • 23/11 Roda de Conversa – Reunião do Mesa Brasil
  • 21/11 Roda de Conversa no CRAS Itaberaba – “Violência Contra a Mulher é Um Problema de Tod@s”
  • 22/11 Presença no aniversário da DEAM
  • Mural das Marias – Sede – Abordagem do tema na Acolhida
Mural das Marias – Sede Pastoral da Mulher/Rede Oblata em Juzeiro/BA

Projeto Antonia – Rede Oblata SP

Para os 21 dias de ativismo está prevista uma ação interna com as assistidas e participação na caminhada organizada pelo CTA da região de Santo Amaro/SP.

Diálogos pela Liberdade – Rede Oblata BH

No centro da Zona Guaicurus, em Belo Horizonte, além das ações articuladas com parcerias, fez-se o pré-lançamento da revista As Garotas do Hotel – Edição Nº 6, que traz temáticas relacionadas à vida das mulheres em contexto de prostituição, com um olhar sensível para suas jornadas, esperanças e sofrimentos. O material foi idealizado a partir do diálogo com as mulheres, em uma roda de conversa em 2014, para levar informação de forma mais leve e lúdica. Após a primeira edição, com distribuição focada apenas no público de mulheres dos hotéis de prostituição no entorno da rua Guaicurus, o olhar para o conteúdo foi se desenvolvendo junto com a realidade das próprias assistidas e e percepção da equipe. Atualmente, a revista está na 6ª edição e é distribuída para assistidas e organizações parceiras de toda a Rede Oblata.

Assuntos como maternidade, formas de violência, vulnerabilidade social, saúde mental, sororidade, empoderamento, dentre outros, são abordados.

As Garotas do Hotel - Ed. 6

Força Feminina – Rede Oblata Salvador

Em Salvador, dá-se continuidade às breves formações e rodas de conversa sobre mulheres que transformaram a história, suas lutas e as conquistas que hoje precisam ser arduamente defendidas.

Um material sobre as principais datas dos 21 de dias ativismo, com suas histórias e pontos marcantes, foi produzido para ser levado aos locais de abordagem social para formações presenciais de curta duração.


“No Brasil, a campanha UNA-SE marca também o bicentenário de independência, convidando a população a debater e construir “o Brasil das mulheres”, um país que seja diverso, justo e seguro, onde todas as mulheres e meninas possam viver suas vidas livres de violência e de discriminação. Dando visibilidade ao trabalho das mulheres defensoras de direitos humanos, a campanha demonstra, na prática, a importância do ativismo e as transformações sociais positivas que mulheres ativistas proporcionaram ao país.”